São Paulo, quarta-feira, 15 de outubro de 2008

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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO

Senadores petistas condenam inserção contrária a prefeito

Presidente nacional do PT e bancada afirmam que vida pessoal não deveria ser usada como instrumento político

Em São Paulo, o comando da campanha defende peça, mas diz que idéia era usá-la só no início; agora, o foco é a relação entre Kassab e Pitta


DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO

Dois dias depois da veiculação da propaganda que aborda a vida particular de Gilberto Kassab (DEM), o PT ainda se mostrava dividido ontem. Em Brasília, congressistas atacaram a estratégia. Em São Paulo, o comando da campanha defendeu a peça, mas afirmou que agora vai explorar a ligação de Kassab com o ex-prefeito Celso Pitta (1997-2000).
No Congresso, o presidente do PT, Ricardo Berzoini, e os senadores Aloizio Mercadante (SP), Eduardo Suplicy (SP), Ideli Salvatti (SC) e Fátima Cleide (RO), todos do PT, criticaram a propaganda.
"Estamos aqui os três senadores [exceto Fátima Cleide, que fez a crítica depois] nos posicionando contrariamente a essa atitude. A vida pessoal não deve ser usada como instrumento político", disse Mercadante. "Não deviam ter colocado esse assunto em discussão. É um erro. A campanha de Marta deveria ser mais ideológica", acrescentou Ideli.
Berzoini reforçou o coro, na Câmara: "Acho que não é o ideal para nenhuma campanha mexer com a vida pessoal do adversário, especialmente com essa parte do comportamento".
O ex-ministro José Dirceu, em seu blog, também condenou a estratégia.
Em São Paulo os martistas afirmaram que mesmo antes da repercussão a idéia era usar a propaganda somente no início. Agora, dizem que vão explorar o movimento "Reage, Pitta", que tentava dar rumo à gestão do então prefeito após o escândalo dos precatórios. Na época, Kassab era um dos principais apoiadores de Pitta e chegou a afirmar: "Essa operação de resgate da imagem do prefeito não só é necessária como também justa. Ele [Pitta] é um homem correto e merece toda a confiança". Essa propaganda já estava no ar ontem.
Segundo os apoiadores da ex-prefeita, pesquisas internas têm mostrado que a estratégia vem dando certo.
Marta evitou comentar o assunto ontem. Em campanha no extremo leste e no centro da cidade, ela voltou a ligar Kassab a Pitta e comentou o apoio que o adversário recebeu de Geraldo Alckmin (PSDB).
"O importante no segundo turno são os eleitores. E até fiquei muito satisfeita de três sindicatos da Força Sindical que estavam com Alckmin no primeiro turno me apoiarem. Alckmin é partidário. Se tem uma pessoa que tem coerência partidária que eu conheço é o Alckmin, nunca esperei que ele se portasse de forma diferente. Ele teve que ficar uns dias para elaborar o que aconteceu, porque foi muito duro." (ADRIANO CEOLIN, MARIA CLARA CABRAL, CONRADO CORSALETTE e RANIER BRAGON)


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