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ELEIÇÕES 2008 / SÃO PAULO
Senadores petistas condenam inserção contrária a prefeito
Presidente nacional do PT e bancada afirmam que vida pessoal não deveria ser usada como instrumento político
Em São Paulo, o comando
da campanha defende peça, mas diz que idéia era usá-la só no início; agora, o foco é a relação entre Kassab e Pitta
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
DA REPORTAGEM LOCAL
EM SÃO PAULO
Dois dias depois da veiculação da propaganda que aborda
a vida particular de Gilberto
Kassab (DEM), o PT ainda se
mostrava dividido ontem. Em
Brasília, congressistas atacaram a estratégia. Em São Paulo,
o comando da campanha defendeu a peça, mas afirmou que
agora vai explorar a ligação de
Kassab com o ex-prefeito Celso
Pitta (1997-2000).
No Congresso, o presidente
do PT, Ricardo Berzoini, e os
senadores Aloizio Mercadante
(SP), Eduardo Suplicy (SP),
Ideli Salvatti (SC) e Fátima
Cleide (RO), todos do PT, criticaram a propaganda.
"Estamos aqui os três senadores [exceto Fátima Cleide,
que fez a crítica depois] nos posicionando contrariamente a
essa atitude. A vida pessoal não
deve ser usada como instrumento político", disse Mercadante. "Não deviam ter colocado esse assunto em discussão. É
um erro. A campanha de Marta
deveria ser mais ideológica",
acrescentou Ideli.
Berzoini reforçou o coro, na
Câmara: "Acho que não é o
ideal para nenhuma campanha
mexer com a vida pessoal do
adversário, especialmente com
essa parte do comportamento".
O ex-ministro José Dirceu,
em seu blog, também condenou a estratégia.
Em São Paulo os martistas
afirmaram que mesmo antes da
repercussão a idéia era usar a
propaganda somente no início.
Agora, dizem que vão explorar
o movimento "Reage, Pitta",
que tentava dar rumo à gestão
do então prefeito após o escândalo dos precatórios. Na época,
Kassab era um dos principais
apoiadores de Pitta e chegou a
afirmar: "Essa operação de resgate da imagem do prefeito não
só é necessária como também
justa. Ele [Pitta] é um homem
correto e merece toda a confiança". Essa propaganda já estava no ar ontem.
Segundo os apoiadores da ex-prefeita, pesquisas internas
têm mostrado que a estratégia
vem dando certo.
Marta evitou comentar o assunto ontem. Em campanha no
extremo leste e no centro da cidade, ela voltou a ligar Kassab a
Pitta e comentou o apoio que o
adversário recebeu de Geraldo
Alckmin (PSDB).
"O importante no segundo
turno são os eleitores. E até fiquei muito satisfeita de três
sindicatos da Força Sindical
que estavam com Alckmin no
primeiro turno me apoiarem.
Alckmin é partidário. Se tem
uma pessoa que tem coerência
partidária que eu conheço é o
Alckmin, nunca esperei que ele
se portasse de forma diferente.
Ele teve que ficar uns dias para
elaborar o que aconteceu, porque foi muito duro."
(ADRIANO CEOLIN, MARIA CLARA CABRAL, CONRADO CORSALETTE e RANIER BRAGON)
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